A mais antiga produção de vinho no mundo remonta ao século IX a.C.. Foi pela mão dos gregos, no entanto, que o cultivo das videiras, como a Vitis vinifera, chegou à Penínula Ibérica, uma colónia grega. Dioniso era o deus grego do vinho e da diversão, e o vinho era frequentemente mencionado nos escritos de Homero e Esopo. O vinho era comum na Grécia e Roma clássicas. Muitas das principais regiões vinhateiras da Europa Ocidental actual foram estabelecidas pelos romanos, e a tecnologia de fabrico do vinho melhorou consideravelmente durante o seu Império. Eram já então conhecidas muitas variedades de uvas e de técnicas de cultivo e, nesta época, foram criados os barris para a armazenagem e transporte do vinho. Os nossos vinhos são integralmente produzidos em diferentes regiões de Portugal continental, em quintas e herdades com condições ideais para a obtenção de vinhos da melhor qualidade, cujo carácter reflete, com orgulho, a sua origem. Todos os pormenores são importantes na produção de um bom vinho. Bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo da uva, a qualidade do fruto representa uma condição fundamental para a elaboração de vinhos superiores, dada a sua influência sobre o sabor e qualidade do vinho. O clima e o terroir (“a relação mais íntima entre o solo e o micro-clima particular, que concebe o nascimento de um tipo de uva, que expressa livremente sua qualidade, tipicidade e identidade num grande vinho, sem que ninguém consiga explicar o porquê.”, segundo o Guia Larousse) desempenham papéis determinantes na qualidade da uva produzida. A vindima (colheita), que normalmente ocorre em Setembro, deve ser realizada no tempo certo. Uma vindima antes do tempo resulta num vinho aguado, com baixa concentração de açúcar e, consequentemente, de álcool. Uma vindima tardia, colherá uvas que produzirão vinho rico em álcool, mas com pouca acidez. Este é ainda um processo essencialmente manual, realizado por mão-de-obra experiente. O transporte e a selecção das uvas são também fases importantes para o garante da qualidade final do vinho. À vindima segue-se o esmagamento das uvas. Tradicionalmente, este processo era realizado com os pés; hoje em dia, nas grandes quintas e herdades, este processo é totalmente mecanizado, quase sem contacto humano. O esmagamento da uva produz uma mistura de suco, cascas e bagas a que se chama mosto. É nesta fase que se misturam diversas variedades de uvas, na produção de alguns vinhos, de acordo com o resultado final que se pretende obter. Segue-se a fermentação do mosto. Esta é a fase mais complexa e importante do processo de fabrico do vinho, sendo necessário um controle rígido da temperatura, bem como dos microrganismos responsáveis pela fermentação. Finda esta fase, o vinho é filtrado, retirando os sedimentos que o turvam. Finalmente, a fase de envelhecimento, em barris de carvalho ou garrafa, em locais adequados, com pouca luz e temperaturas amenas, conforme a qualidade do vinho. Neste processo, o oxigénio passa pelos poros da madeira ou da rolha, desenvolvendo o vinho através da transformação dos seus aromas, sabores e cor. São estas as características que lhe conferem complexidade e qualidade. É fundamental o controle e a decisão deste tempo de estágio pelo enólogo, pois é nesta fase que o vinho ganha carácter. São estes, resumidamente, os passos que mantêm uma tradição milenar e perpetuam a alquimia da transformação que se revela em tantos momentos únicos de que é feita a vida.

A produção de vinho é uma alquimia de tradição milenar que se revela em tantos momentos únicos de que é feita a vida. E é, por isso, para nós uma arte.

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